segunda-feira, 1 de julho de 2013

Capítulo 1 e Capítulo 2

“The best way to not get your heart broken, is pretend you don’t have one.”

Joseph tinha um meio sorriso no rosto enquanto observava o amigo andando de um lado para o outro em seu escritório com o celular no ouvido. Já não se viam pessoalmente a pelo menos uns seis anos, mas pelo que percebia agora, Marcos não havia mudado nenhum pouco. Eles se conheciam a vida toda. O pai de Joseph havia sido mentor e amigo de Marcos e quando Joseph resolvera seguir os passos do pai e se tornar um advogado, Marcos o havia ajudado. Era graças a ele que chegara onde está agora e jamais esqueceria de tudo que fizera por ele.
Um ano antes de Joseph sair do país a negócios a mulher de Marcos havia falecido e aquilo o mudou radicalmente. Joseph não queria ter ido embora, mas era uma oportunidade que não pudera dispensar. Eles mantiveram contato durante todo esse tempo e agora Joseph estava de volta ao país e pretendia ficar.
  __Me desculpe pela demora__ Marcos disse quando finalmente desligou o celular__ estou atolado com um caso e não param de me ligar. Mas é muito bom te ver meu amigo.
__É bom te ver também__ Joseph sorriu e deu um abraço no amigo__ vejo que não mudou nada.
__Já você está ótimo__ Marcos comentou__ esses anos fora do país o fizeram muito bem.
__A Inglaterra é simplesmente incrível__ Joseph concordou__ ótimo país, ótimo trabalho e ótimas mulheres. Não é atoa que estou ótimo.
__Você já se acomodou?
__Consegui um apartamento no centro da cidade, a vista é simplesmente incrível, eu já tinha me esquecido de como Nova York é agitada. Ainda estou terminando de arrumar tudo, mas... __ ele se interrompeu no meio da frase. Marcos não estava prestando atenção, tinha os olhos em uma pilha de papéis sobre a mesa, os analisando a procura de algo__ e você não está me ouvindo.
Ele esperou por um momento, para ver se o amigo perceberia que ele parou de falar. Três longos minutos se passaram e nada aconteceu.
__Eu estou atrapalhando você não é mesmo?
__O que?__ ele ergueu os olhos e demorou um segundo para processar sua pergunta__ não, você não está me atrapalhando, de jeito nenhum. Só preciso de um minuto e então nós podemos sair para jantar e colocar a conversa em dia.
__Nós podemos sair outra hora.
__Não, tudo bem, eu já estou terminando, juro.
Joseph riu sozinho enquanto esperava que Marcos terminasse o que tinha de fazer. Não guardava raiva ou ficava ofendido pelo jeito dele, tinha se acostumado com sua falta de atenção. Sabia que Marcos havia mergulhado de cabeça no trabalho para preencher o vazio que sua esposa deixara. Era preciso paciência e senso de humor para conseguir lidar com seu jeito e também muita lábia para prender sua atenção por mais de cinco minutos. Uma tarefa quase impossível até onde ele sabia.
Mas Joseph era um homem muito paciente e não se importou em esperar. Cruzou os braços e observou em silencio o escritório de Marcos. Não havia quadros na parede, ou qualquer decoração. Somente estantes com muitos livros, a maioria de advocacia. O único objeto de gosto pessoal era um porta-retrato sobre a mesa, com uma foto de sua esposa Karen e sua única filha Demetria. Marcos não era um homem dado a gestos afetuosos, ele era muito reservado e era difícil saber como ele se sentia. Resumindo, ele era um homem muito difícil de gostar e aturar, mas não para Joseph que o conhecia por toda sua vida. Ele gostava de pensar que conhecia o amigo melhor do que ninguém.
__Como está sua filha?__ Joseph perguntou distraidamente, olhando a foto sobre a mesa. A ultima vez que vira a menina, ela devia ter uns sete anos de idade.
__Bem...
Antes que Marcos tivesse a chance de responder, a empregada entrou no escritório.
__Senhor Lovato?__ ela tinha um ar de espanto no rosto, parecia nervosa.
__Eu disse que não queria ser interrompido Emma__ Marcos a repreendeu.
__Eu sei Senhor, mas é que é importante__ ela insistiu__ a polícia está ai na sala.
Marcos suspirou, por algum motivo não pareceu muito surpreso com o fato de um policial estar na sua sala de estar. Ele dispensou a empregada e lançou um olhar cansado a Joseph.
__Ai está sua resposta__ murmurou.
Marcos se retirou do escritório e fez um gesto para que Joseph o seguisse. Assim como Emma avisara, havia um policial esperando, de pé ao lado do sofá. Sentada logo ali, estava à filha de Marcos, Demetria. Joseph se surpreendeu ao vê-la, não se parecia em nada com a menininha que costumava andar por ai de Maria Chiquinha nos cabelos, agarrada a um ursinho de pelúcia, da qual ele se lembrava. A adolescente sentada no sofá tinha os cabelos negros ondulados, com algumas mechas vermelhas entre os fios e mascava chiclete enquanto observava as unhas pintadas de preto. Usava um micro short jeans e uma blusa vermelha com as mangas rasgadas, além de tênis surrados.
__Oficial Carter__ Marcos o cumprimentou com um aperto de mão, como se fossem velhos amigos.
__Marcos__ o policial lhe dirigiu um sorriso de solidariedade.
__O que ela aprontou dessa vez?__ Marcos lançou um olhar nada contente a filha, mas ela não pareceu se importar nenhum pouco com isso, ela na verdade sorriu e piscou para ele, debochada.
__Ela roubou um carro__ o policial informou__ por sorte fui que atendi o chamado e consegui pará-la antes que causasse algum problema maior. Ela poderia se meter em uma encrenca bem grande.
__Obrigada por isso Ryan, sei que pode se meter em problemas por me ajudar, mas eu vou dar um jeito, não vai se repetir eu prometo__ Marcos parecia bastante envergonhado enquanto se desculpava.
__Tudo bem. Eu tenho que voltar ao trabalho agora__ e se voltou para a garota no sofá__ e você tente se comportar Demi, da próxima vez não vai ter tanta sorte.
__Obrigada Ryan__ ela mandou um beijo para ele__ você é um amor.
O policial revirou os olhos e se retirou, acompanhado de Emma, a empregada. Marcos se virou para filha e Joseph podia ver como ele tentava se controlar para não explodir, ele estava fervendo de raiva. Marcos era um homem respeitável e reservado, e um advogado importante, ele prezava muito sua imagem e ter uma filha que saía por ai roubando carros não era muito bom para essa imagem.
__O que foi que deu em você?__ Marcos finalmente falou, claramente furioso__ você tem o seu próprio carro, para que roubar um? Você não precisa disso.
__Eu fiquei entediada__ ela deu de ombros.
__Entediada__ ele deu uma risada seca__ você sabe o que essas suas travessuras podem me custar?
__Oh desculpe, eu causei problemas ao grande Senhor Lovato?__ ela fez um biquinho, fingindo arrependimento__ olha minha cara de quem se importa com o seu nome estúpido.
__Cuidado como fala comigo, eu sou seu pai.
__Grande trabalho, tem feito até agora__ ela se levantou do sofá, o desafiando.
__Você está de castigo. Não vai sair para se divertir por um bom tempo e está sem mesada também.
__É o melhor que pode fazer?__ ela riu desdenhosa.
Marcos ia responder, mas ela não deu chance. Passou por ele e esbarrou em Joseph de propósito, como se não o tivesse visto parado ali o tempo todo e subiu as escadas rebolando. Joseph teve pena do amigo, imaginou como devia ser difícil para ele criar uma menina sozinho, sem a influencia feminina da mãe, ainda mais para um homem como ele.
__Desculpe por isso Joseph.
__Não tem porque se desculpar.
__Então... Ainda quer sair para jantar?
Os dois foram no carro de Marcos até um restaurante no centro da cidade. Era o preferido de Joseph antes de se mudar, fazia anos que não comia ali e estava empolgado. Eles se sentaram em silencio por um tempo, Marcos só quebrou o silencio depois que o garçom trouxe os pedidos.
__Ela ficou assim depois que a mãe morreu__ ele murmurou encarando o prato__ completamente rebelde, não me obedece e vive se metendo em problemas. Rouba coisas sem ter necessidade, se envolve em brigas na escola e vai a um monte de festas com gente estranha. Eu não consigo controlá-la.
__Adolescentes são assim, nunca cometeu nenhuma loucura quando era mais jovem?
__É diferente Joseph, ela só faz isso para me irritar.
__Não é essa a função dos filhos?__ ele brincou__ irritar os pais? Deve ser apenas uma fase.
__Uma fase longa demais. Se não fosse pelo Ryan, que é um amigo da família a anos, ela estaria muito encrencada agora. Eu sou um advogado, você sabe como funciona. Como acha que vai parecer aos outros se eu tiver por ai uma filha ladra e baderneira?
Era exatamente como Joseph pensara, ele estava preocupado com sua imagem.__Bom, chega de falar disso__ ele tentou esconder a tensão e sorriu__ me fale da viagem, como está sendo estar de volta à Nova York depois de tantos anos?__Eu achei que seria estranho, mas na verdade estou adorando estar de volta. Não tinha percebido como estava com saudade até voltar.
__Você não conheceu ninguém por lá?
Joseph sorriu, já tinha ouvido muito aquela pergunta desde que voltara.
__Eu tinha uma namorada, Kate. Mas nós terminamos antes de eu partir.
__Namoro a distancia não é fácil de manter.
__Não mesmo. Eu perguntei se ela não gostaria de vir morar comigo. Sabe, eu já tenho trinta anos, pensei que estava na hora de sossegar e começar uma família, mas quando fiz a proposta, ela nem mesmo considerou a ideia, simplesmente disse não, disse que não podia deixar a vida dela para trás.
__Você a amava?
__Amor é uma palavra forte. Eu gostava dela, era bonita, inteligente, agente se dava bem. Não acho que amor seja a palavra certa. Mas acho que tomei a decisão certa. Ela não estava disposta a ceder, queria que eu ficasse com ela, mas não podia sequer pensar em partir... Não acho que daria certo.
__Não é fácil fazer um relacionamento dar certo, é preciso saber ceder.
__Exatamente__ Joseph concordou__, mas eu estou bem sozinho por enquanto. Relacionamentos são muito complicados, vou cuidar do meu trabalho. Advocacia é bem mais fácil que amor.
__Concordo plenamente meu amigo.
Os dois fizeram um brinde a isso. As mulheres eram complicadas demais, Joseph já tivera muitas namoradas, e muitos problemas junto com elas. Já conhecera todo tipo de mulher, festeiras, caseiras, umas inteligentes outras terrivelmente estúpidas, até já saira com algumas um tanto malucas. No momento, ele achava que estava muito bem sozinho. Pretendia ficar longe de problemas por um bom tempo.

        Fim do Capítulo 



“You sometimes think you want to disappear, but all you really want is to be found.”

Quando o despertador tocou, indicando o inicio de mais uma manhã, Demi considerou a possibilidade de ficar o dia inteiro na cama. A última coisa que tinha vontade de fazer naquele momento era sair da cama para ter que assistir a uma aula chata de matemática. O caso é que ela estava de castigo e proibida de sair com os amigos, não que ela fosse de seguir regras. Então nada melhor do que fingir ir estudar e sair para curtir com os amigos, foi essa a ideia que a fez sair da cama animada. Seu pai era um homem fácil de enganar, talvez porque ele sempre pensava que ela estava realmente arrependida pelas coisas erradas que fazia e que ia mudar. É claro que ele estava muito errado.
__Selena?__ ela ligou para sua melhor amiga. Selena sabia como se divertir e se quisesse aprontar alguma era a pessoa certa a qual deveria chamar.
__Bom dia gata__ ela respondeu, pela sua voz estava bastante animada.
__Eu estava pensando em matar aula hoje, o que você acha?__ Demi perguntou enquanto se olhava no enorme espelho que tinha na parede do quarto. A lingerie vermelha de renda caia perfeitamente bem em seu corpo. 
__Eu já ia mesmo ligar para você. Dylan e Tyler me ligaram ontem à noite perguntando se nós duas não gostaríamos de matar aula com eles hoje. Os pais do Dylan estão viajando, ele tem o apartamento só para ele, ou seja... Festa__ ela deu um gritinho empolgado.
__Concerteza eu topo__ Demi sorriu, mordendo o lábio__ o Dylan é meu.__Espertinha. Tudo bem, pode ficar com ele__ Demi comemorou, Dylan era o maior gato da escola e estava de olho nele há um tempo. Ela estava quase convidando ele para sair, já que o cara não tomava a iniciativa, mas aparentemente hoje era seu dia de sorte__ Esteja no parque as oito bem gostosa e não esqueça de levar camisinhas.
__Tudo bem, nos vemos lá. Beijo gata.
Demi desligou o telefone e começou a revirar o guarda roupa em busca de uma roupa. Precisava ser algo sexy e bem prático, de preferência fácil de tirar. Depois de vários minutos em dúvida, Demi achou um vestido que era perfeito. Era tomara que caia, com um detalhe de uma cobra metálica entre os seios, o que dava um toque especial. Era bem curto, do jeito que ela gostava, o lado esquerdo era levemente maior e no direito havia uma pequena fenda. E era vermelho, para combinar com sua lingerie. Sexy e fatal... Dylan não resistiria.
Demi pôs um sobretudo preto por cima, aproveitando-se que estava um dia fresco. Se seu pai a visse com aquela roupa teria um ataque e provavelmente desconfiaria que ela estava planejando matar aula. Ela pôs uma bota preta, maquiou-se rapidamente, deixou os cabelos soltos e então estava pronta. Quando desceu para tomar café da manhã, encontrou o pai de pé no meio da cozinha, tomando um café às pressas, ela não se lembrava da ultima vez que tomaram um café da manhã de verdade, sem correria, ou sem insultos. Ela não perdeu tempo em cumprimentá-lo.
__Não se esqueça que está de castigo__ ele a lembrou__ venha direto para casa depois da escola.
__Como quiser senhor Lovato.
Ele lhe lançou um olhar reprovador, mas aparentemente estava com pressa demais aquela manhã até mesmo para lhe dar um sermão. Assim que ela ouviu o barulho do carro se distanciando, ela tirou o sobretudo e saiu de casa. Encontrou com Selena no parque, assim como combinado. Ela estava usando uma saia preta curta e uma blusa vermelha com um decote bem generoso.
__Uau, você está muito gostosa__ Selena piscou para ela__ se eu fosse homem te pegava.
__Você também está arrasando__ Demi um tapinha na bunda dela, a fazendo rir.
Dylan e Tyler apareceram alguns minutos depois para buscá-las. Eles foram de carro até o centro da cidade, onde ficava o apartamento dos pais de Dylan. O centro de Nova York era um lugar bastante movimentado, Demi adorava passear por ali, embora não pudesse ir com muita freqüência, então estava amando aquela oportunidade. O apartamento dos pais de Dylan ficava na cobertura e tinha uma vista incrível.
__Esse lugar é incrível__ Selena disse olhando pela janela.
__Bem meninas, fiquem a vontade__ Dylan disse__ eu e Tyler vamos buscar umas bebidas para gente começar nossa festinha, voltamos logo.
__Tudo bem.
Demi e Selena fizeram o que o Dylan mandou. Elas tiraram os sapatos, ficando descalças e deram uma volta pelo apartamento para ver o que encontravam de interessante. A família de Dylan era absurdamente rica pelo que dava para ver. Tinha muitos objetos que pareciam ridiculamente caros, mas de muito bom gosto.__Isso deve custar uma fortuna__ Selena comentou, olhando um vaso na estante da sala.
__Cuidado com isso, se quebrar você provavelmente vai precisar vender alguns órgãos para pagar.
__É, provavelmente__ ela riu e deixou o vaso de lado__ você não me contou o que houve ontem depois que o policial te pegou?
__Eu ia te ligar, mas meu pai tomou o meu celular... O velho não sabe que eu tenho outro escondido, mas de qualquer forma__ ela deu de ombros__ ele me pôs de castigo. Tenho que ir da escola direto para casa, sem vida social por um bom tempo.
__Ele vai matar você se descobrir que faltou aula de novo.
 __Ele não vai descobrir, e vamos mudar de assunto__ ela revirou os olhos, não estava a fim de falar sobre o mala do seu pai naquele momento, ela queria curtir__ vamos dançar.
Demi ligou o som a toda altura. Quando Dylan e Tyler retornaram as duas estavam dançando loucamente, Demi sobre a mesinha de centro e Selena em cima do caro sofá. Eles trouxeram várias garrafas de bebidas e então se juntaram a elas. Naquele dia Demi queria esquecer de tudo, ela queria se divertir.
Muitas garrafas de cerveja depois e algumas doses de vodca, Selena e Tyler perderam a vergonha e começaram a se pegar no sofá da sala mesmo. Já Dylan pegou Demi pela mão e a levou até o seu quarto, que tinha uma muito conveniente cama de casal.
__Quarto legal__ Demi comentou analisando um porta-retrato sob a escrivaninha.
 __Sabia que você está muito gostosa hoje?__ Demi se arrepiou levemente ao ouvi-lo sussurrar em seu ouvido, então ele estava a fim de ir direto ao assunto... Melhor assim__ eu estava esperando por essa oportunidade a um bom tempo.
  __Bem, eu estou aqui__ Demi se virou para ele e sorriu maliciosamente__ o que vai fazer a respeito?
Dylan sorriu, a segurou pela cintura e a puxou para um beijo. Ele não era muito bom nisso, na verdade era meio desajeitado, o que foi decepcionante. Demi esperava que ele fosse melhor de cama do que era beijando, ou aquilo definitivamente não teria valido a pena. Dylan a empurrou na direção da cama, jogando todo o seu peso sobre ela, Demi resistiu ao impulso de empurrá-lo para longe nessa hora, mas quando ele pôs a mão entre seus cabelos e puxou, um pouco forte demais, ela mordeu o lábio dele com força de propósito e ele se afastou.
__Hey, você me mordeu__ ele a encarou incrédulo.
__Bem, você puxou o meu cabelo e está me esmagando__ ela reclamou__ não estou pedindo para bancar o namorado romântico, mas poderia tentar ser um pouco mais delicado?
 __Tudo bem, me desculpe.
Ele voltou a beijá-la, descendo até o pescoço... Babando ela inteira. E começou a apalpá-la. Ele não tinha jeito com aquilo, definitivamente, aquela era a pior sessão de amassos do planeta. Ela o empurrou novamente, saindo da cama e ajeitando o vestido.
__Hey, o que foi agora?__ Dylan perguntou exasperado.
__Eu sou uma garota, não uma boneca inflável__ Demi respondeu irritada__ qual o seu problema? Nunca fez isso antes?
__Claro que fiz__ ele revirou os olhos__ e todas adoraram.
__Tem certeza que não só transou com bonecas infláveis?__ Demi não era muito paciente com amadores, ela gostava de homens de verdade, que sabiam o que faziam.
__Olha, me dê mais uma chance__ ele pediu__ prometo que você vai gostar dessa vez.

 Ela definitivamente não gostou, fora a pior transa da sua vida. Quem diria que um cara tão gato era tão absurdamente desajeitado? Teria sido melhor ficar em casa assistindo a TV, mas agora era tarde para se arrepender. Depois que acabaram, ela tentara arrastar Selena de volta para casa, mas sua amiga estava obviamente se divertindo com Tyler... Vadia sortuda. Agora ela estava no centro de Nova York tentando pegar um táxi, o que parecia uma tarefa impossível. Dia perfeito.
Joseph estava chegando a seu apartamento, quando olhou do outro lado da rua e viu a filha de Marcos parada em frente ao seu prédio. Demorou um segundo para reconhecê-la, naquele micro vestido vermelho que nenhuma menina de dezessete anos deveria usar. Mas as mecha vermelhas no cabelo e atitude rebelde não deixavam espaço para dúvida. Ele atravessou a rua e caminhou até ela.
__Demi, o que você está fazendo aqui?
Ela o analisou com o canto do olho dos pés a cabeça.
__Eu conheço você?__ ela perguntou.
__Sou Joseph, amigo do seu pai... Estava na sua casa ontem.
__Ah, agora eu lembro__ ela deu de ombros indiferente.
__O que você faz aqui sozinha?__ ele voltou a perguntar.
__Isso não é da sua conta__ ela revirou os olhos e fez sinal para um táxi que passava, mas ele passou direto e ela bufou zangada.
__Se eu bem me lembro, seu pai a colocou de castigo, ele sabe que você está aqui?
__Você não vai me dedurar para ele né?__ ela o fitou, demonstrando por um segundo preocupação.
 __Não, eu não vou te dedurar__ Joseph garantiu__ mas vou te levar para casa.
        __Não preciso que me leve, eu pego um táxi.
__Não é uma negociação. Seu pai é meu amigo, não vou deixar a filha dele largada no centro de Nova York atrás de um táxi. Então faremos um acordo, eu não te deduro para ele, você vem comigo e se for boazinha posso te pagar um sorvete.
Demi revirou os olhos__ eu não sou nenhuma criança__ ela resmungou, mas aceitou mesmo assim.
Joseph fez como prometera e pagara um sorvete a Demi, isso lhe custou mas uma revirada de olhos, mas ele não se importou. Eles entraram em seu carro e Joseph dirigiu em direção a casa de Marcos.
__Há quanto tempo você e meu pai se conhecem?__ Demi perguntou distraidamente, fitando seu sorvete de chocolate e baunilha.
__Eu conheço seu pai desde sempre. Meu pai foi amigo dele e mentor também.
__Eu nunca vi você antes.
__Viu sim, você é que não se lembra, era muito pequena__ ele sorriu por um momento, lembrando da menininha correndo pela casa agarrada ao ursinho de pelúcia__ eu passei os últimos anos na Inglaterra a trabalho, mas quando você era criança eu visitava sempre seu pai. Eu sempre te levava um pirulito.
__Ah__ ela sorriu finalmente se lembrando__ eu me lembro, você era o cara dos pirulitos, eu achava você o máximo. Graças a você, ninguém chupa melhor do que eu__ ela disse em tom malicioso.
Joseph teve que rir com a ousadia da menina. Mas teve de sacudir a cabeça para espantar as imagens que surgiram em sua cabeça ao vê-la dar uma lambida nada discreta em seu sorvete. Ela podia ser uma menina ainda, mas certamente, com aquela roupa, não parecia uma.
__Então Demi, você roubou um carro, matou aula, fugiu do castigo que seu pai deu__ ele a olhou de lado__ não tem muito respeito pelas regras não é mesmo?
__Pelas regras do senhor Lovato? Não mesmo... Ele é um idiota completo, como pode ser amigo dele?
__Seu pai é um ótimo homem.
Aquilo lhe rendeu um ataque de risos__ Você é engraçado. Mas acho que não conhece meu pai.
__Eu acho que o conheço muito melhor do que você.
__Eu duvido muito disso. Sabe o que eu acho Joseph?__ ela murmurou agora séria__ que ninguém no mundo conhece bem Marcos Lovato. E eu não me importo.
O assunto se encerrou ai, Demi não quis mais conversa e Joseph não forçou. Ele parou o carro em frente à casa de Marcos e ela saiu sem nem agradecer ou olhar para atrás, com aquele seu andar confiante e cheio de atitude. Joseph podia ver porque Marcos tinha problemas com ela, Demi tinha o gênio forte, mas não podia culpá-la... Tinha puxado ao pai.

        Fim do Capítulo

2 Comentarios para o proximo Capitulo! BJOS

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